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7 dos 10 bichinhos são minhas receitas.

Além do trabalho que fazemos, a criação da nossa identidade é muito importante. A linguagem que escrevemos nas redes sociais, o estilo das fotos, as cores e, claro, a logo.

No início do ano, quando comecei a postar algumas dicas aqui no blog, me envolvi no grupo Amigurumi Brasil do facebook. Muitas dúvidas surgiam entre os participantes, alguns me chamando inbox e eu fui ajudando, dando dicas, cheguei até a enviar a minha apostila básica do Crochê. Porque, né? Não custa ajudar.

Aqui no blog mesmo publiquei algumas dicas que encontrei por aí e outras que acabei inventando enquanto fazia meus bichinhos. E cheguei a fazer inclusive um post sobre como melhorar a fotografia dos produtos (que hoje resolvi tirar do ar e vocês já vão entender o porquê). A minha intenção com esse post era que as fotos tivessem mais qualidade já que os amigurumis do pessoal do grupo estavam muito bem feitos e as fotos estavam desfavorecendo o trabalho das meninas.

E realmente, as fotos melhoraram. Ficaram muito parecidas, quase iguais as minhas na verdade. Para minha surpresa, algumas logos também ficaram parecidas com a minha. E como se não bastasse, a linguagem usada nas redes sociais e a maneira de escrever as duas línguas também. Puxa vida, que rasteira heim pessoal? Me senti a mais bobona de todos os tempos dando as dicas, de graça, que eu levei um bom tempo e apanhei muito até aprender, disponibilizando meu tempo para ajudar pessoas que eu não conheço.

Eu, inocentemente achei que isso não iria acontecer. Porque eu acho que a gente espera dos outros coisas que a gente faria. E eu nunca quis ser ninguém além de mim mesma. Quando comecei haviam 2 pessoas que faziam amigurumis (que eu descobri depois de começar a fazer): a Little Land e a Mimoteca. Tanto que recusei um trabalho de uma cliente que não conseguiu data com uma delas e pedia insistentemente para eu copiar a identidade dos outros. Ofereci o meu, ela não quis, então infelizmente eu não poderia ajudar. Eu nunca quis ser nenhuma dessas duas e nem “roubar” o cliente delas. Pois cada um faz um tipo de trabalho e eu entrei com um terceiro. A partir do momento que eu consegui criar os meus próprios bichinhos eu não quis mais fazer receitas prontas, principalmente as grátis (por que eu já usava somente as compradas para ser um pouco mais restrito). Por que? Porque eu queria ser EU. Ter o MEU. Às vezes estou com uma ideia na cabeça e quando por acaso algum colega faz, eu deixo de lado, porque eu não quero que pareça que eu copiei. Aconteceu esses dias com uma foto postada por uma colega, que eu estava com tudo arrumado para fazer e ela postou antes. Pronto, desisti. Porque vão achar que eu copiei e porque não que me vejam como o “genérico da fulana”. 

Sabem porque meu bichos tem bandaninha? Porque eu estava olhando minha girafa e achando ela sem graça. A Lis tinha voltado do banho e estava de bandana. Olhei… peguei um tecido, costurei uma e experimentei colocar na girafa. Pronto, virou parte da minha identidade: os bichinhos de bandana.

Sabem porque algumas fotos minhas foram feitas com coraçãozinho? Porque eles faziam parte da encomenda e estavam ali. Agora todo mundo coloca um coraçãozinho ao lado ou no colo do amigurumi. Aquelas fotos foram fruto da minha criatividade usando o que eu tinha disponível para compor um cenário.

Bom, onde eu quero chegar com isso:

  • Sejam vocês mesmos. É ótimo ter referências e fico feliz de ser referência para alguns. Mas de forma saudável e sem cópia. Converso com várias crocheteiras, que tiram dúvidas, compartilham ideias e até fazem os mesmos amigurumis que eu eu. Mas elas são elas mesmas, mesmo fazendo o mesmo bichinho. Elas buscam a identidade delas e não a minha.
  • Quem se inspira demais nos outros está sempre um passo atrás. Sempre será comparado com o original. Enquanto todo mundo está no coraçãozinho eu já estou pensando em outra coisa para compor as fotos e ficar diferente. E eu sei que depois vou ter que pensar outra coisa, e em outra coisa, e assim vai. Porque eu gosto de me reinventar, e quanto mais gente fazendo a mesma coisa, mais eu quero fazer diferente.
  • Você sendo único, o cliente vai te escolher pelo seu estilo. Porque você trabalha com aquele tipo de bichinho, ou sapatinho, ou casaquinho, naninha, seja o que for. Não é um leilão de quem faz o maior hipopótamo pelo menor preço. Isso se chama valor agregado. Por isso alguns compram iPhone, Motorola ou Sansung. Eles são e fazem a mesma coisa, mas cada um do seu jeito.
  • Criatividade e bom gosto não dá pra copiar. Alguns tem e outros nem tanto. Isso é fato, se vocês procurarem o resultado de uma mesma receita feita por várias pessoas do mundo (pode ser pelas hashtags do Instagram) vocês vão ver alguns lindos e outros nem tanto. Apesar da receita ser a mesma. Por isso crie o seu, a única comparação vai ser com seu próprio trabalho.

 

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  • Por isso que decidi não comercializar as minhas receitas por aqui, se a coisa já estava descarada sem o pessoal ter a receita, imagina se tivessem. E por isso tirei o post sobre as dicas de fotos.

Então acho vale pensar, o que você quer ser: Referência ou Genérico?

 

 

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