Às vezes a gente começa uma coisa meio assim, sem pretensão, e em menos de 4 meses a THM tomou uma proporção que eu nunca imaginei e já que tem o blog agora, vou aproveitar para me apresentar e falar sobre o que a THM significa para mim.
Mas antes de tudo gostaria de deixar claro que esse post estou fazendo como forma de desabafo e não necessidade de me explicar para alguém. E também que ninguém é obrigado a nada: nem eu de me explicar, nem ninguém de ler, ou alguém de encomendar algo e nem eu de pegar essa encomenda. Todos somos livres para fazer o que queremos, né?
Oficialmente eu trabalho com convites de casamento. Tenho uma empresa há 4 anos e trabalho praticamente sozinha. Em 2015 atendi mais de 50 eventos, entre eles: casamentos, chás, corporativos e aniversários. E mais da metade deles, no segundo semestre. Ou seja: eu trabalho MUITO. Além dos clientes fechados, eu devo ter respondido mais de 200 emails de solicitação de orçamento e informações no decorrer do ano.
A maioria das minhas clientes são super queridas e não dão trabalho. Mas sempre existe a pressão do prazo de entrega, pois dependo de fornecedores para impressão e materiais. Existe também a pressão da expectativa da noiva, do noivo, da mãe dela, da sogra, do cachorro… Muitas vezes elas não me colocam pressão nenhuma, mas eu ponho em mim mesma, eu me cobro de mais e eu abraço o mundo. E isso é um problema só meu.
Como forma de relaxar (vejam bem: relaxar) eu comecei a fazer crochê. Já sabia, mas era um hobby que havia deixado para trás. Descobri os amigurimis e resolvi fazer. Para não misturar as coisas, em dezembro de 2014 criei o Instagram da THM porque queria mostrar as fofisses que fazia e também para seguir outras pessoas que fazem crochê. E aí o negócio foi crescendo.
Em setembro entrei para o Clube da Alice, um grupo aqui de Curitiba e postei uma foto do cavalinho. E foi aí que a coisa explodiu. Sou muito grata ao Cube da Alice pelo carinho de todas. Lá que a Maju me convidou para participar da Galeria Kids, que também sou muito grata pela oportunidade, apoio e carinho dela e das meninas que organizaram.
Aí assim, arrisquei, sem pretensão de nada e não fazia ideia que hoje teria 4k de seguidores no Instagram com encomendas de clientes e lojista espalhados pelo Brasil. Fico muito feliz, ÓBVIO! Não só pelo retorno financeiro que me trouxe, mas por ver o carinho nos comentários e interesse nos meus produtos que faço com tanto amor. É um reconhecimento e tanto.
Mas o ponto que quero chegar com esse post é o seguinte: eu comecei a fazer para relaxar e ser uma realização pessoal. Eu adoro fazer as encomendas, adoro enviar pelo Correio e fazer uma embalagem fofa ou entregar em mãos e ver a carinha de quem comprou pessoalmente, feliz com sua encomenda.
Tudo que eu faço é artesanal e não fica pronto da noite para o dia. Além disso, eu não posso largar a empresa que construí nesses 4 anos. Tenho que manter o meu compromisso e a imagem que foi construída ao longo desse tempo.
Por isso peço 30 dias de prazo de entrega das encomendas. Porque ela é feita a noite e finais de semana. E às vezes acontece algum imprevisto ou outro, que passo dois ou três dias sem conseguir pegar na agulha. Acho que vocês me entendem, né? Afinal hoje em dia ninguém mais tem tempo para nada.
Levando em consideração tudo isso, a última coisa que eu quero é que a atividade que eu uso para relaxar vire mais uma fonte de stress na minha vida.
Agora vocês imaginem eu com 7 casamentos para entregar papelaria em Novembro, mais 10 convites para entregar antes do Natal e gente me cobrando resposta de email com menos de 24h que foi enviado. Eu já tenho pressão e cobrança o suficiente nas minhas costas para ter que ver gente comentando nas redes sociais: “Te mandei um email ontem e aguardo resposta”. Menos de 24 h depois: “Ainda estou no aguardo do email”. Como vocês podem ver, o meu dia vai além de ficar sentadinha olhando para o celular aguardando notificação de email para poder responder.
Vejam que fofa a Cliente do Espírito Santo: conversamos via email, cada uma respondendo no seu tempo. Fez sua encomendinha, pedi endereço, ela pediu fotos, falei que postaria no IG. Enviei hoje, 4 dias antes do prazo. Um sossego, todos felizes. E o mais importante: fiz a girafa dela com amor e não como uma obrigação. Porque é isso que eu quero que meus produtos sejam. Eles são fofos e aconchegantes, tem que ser feitos dessa forma. E talvez até por isso eles tenham a expressão que tem: porque como disse uma cliente, eu realmente coloco minha alma em tudo que faço.
Esse post da Renata S. P. é muito bom e ilustrativo. Eu ainda não quero parar com as encomendas como ela fez. Ainda não cheguei no meu limite. Mas se começar a incomodar ao invés de dar prazer, vai ser a única solução. Porque temos que fazer aquilo que nos faz bem, e como disse no começo: ninguém é obrigado a nada. Me achou chata de escrever isso, ok! Você não era obrigado a ler, e não é obrigado a voltar ao blog. Gostou do leu, ótimo! Volte mais vezes para ver dicas, produtinhos e outras coisas, mas porque você quer! Né?
Eu já estou duvidando daquela máxima: “Não faça com os outros o que não quer que façam com você” porque eu não trato nenhum fornecedor dessa maneira, eu não cobro ninguém em público e nunca peço nada com prazo menor do que é o estipulado pela pessoa que está fazendo. Gente, eu sei que com os Smartphones e internet as coisas ficaram muito rápidas, mas parem de ser tão imediatistas. Por trás disso tem uma pessoa com ritmo menor. Se coloque no lugar dos outros e sempre lembrem: você não tem exclusividade dos serviços ou fornecedores que contratam. Junto com seu email pode ter chegado mais 8 junto. Não é meu caso, mas a pessoa pode ter um bebê pequeno em casa, pode ter um problema de saúde ou qualquer outra coisa que não permita que ela te responda imediatamente. (veja bem, se demorar um mês pra responder é outra história, mas uns 5/7 dias é aceitável). Se você ainda não chegou no ponto de ver que é muito melhor passar tempo com pessoas reais do que com o celular na mão, aguarde. Eu achei que esse dia não chegaria, mas tem dia que eu não quero nem ver meu celular. Quero ficar com meu marido e só.
A gente, autônomos e artesãos, se vira como pode e, eu pelo menos, tento agradar todo mundo. Mas às vezes não dá, falta tempo, falta internet, falta energia… Porque todo mundo quer muito e na hora que quer =( E quando der aquela vontade de xingar, reclamar e falar que aquele fornecedor é uma M#$%*, faça uma retrospectiva na sua vida e pense: “Eu já errei? Eu sou perfeito? Eu nunca queimei um arroz? Eu nunca raspei a calota do carro? Eu já derrubei o copo de coca?…” Porque por mais que alguém não admita, já pisou na bola um dia. Humanos são assim.
Mais amor e paciência por favor!
Beijos, Dani.